domingo, 25 de abril de 2010

Valores mundanos em contestação

Há um tempo atrás quando mais jovem, tinha um CD com alguns clássicos, Beethoven, Mozart, Chopin etc. Eu pegava o cd olhava para ele mas não tinha o menor interesse em ouvi-lo. Um certo dia mais ou menos anos depois, em mim despertou uma curiosidade em ouvir musica clássica, conhecer a tão aclamada musica erudita, e procurei o tal cd que até então parecia perdido, mas eu o encontrei coloquei no radio e eis que inicia com um concerto de Mozart cujo o nome da faixa já fugiu da minha memória. Foi magnífico eu fiquei pasmo com a harmonia dos instrumentos, com o som altamente cadenciado e transportando uma paz de espírito e cobrindo-me como se fosse um manto daqueles bem grossos e pesados para tempos extremamente frios, me transportando para um mundo onde eu me senti estranho, mas gostava, optei então fechar os olhos enquanto ouvia o som dos violinos adentrarem os meus ouvidos como se estivessem conversando comigo através da melodia que emanava deles. Esta foi a minha primeira experiência com a musica clássica, hoje em dia ainda ouço a musica erudita, sou apaixonado por Johan Sebastian Bach, apesar de ouvir muito mais que outrora ouvia quando mais novo, não sou tão conhecedor assim da musica erudita, mas não deixo de ouvir as melodias de Bach e me deixar levar pelas vibrações do som dos instrumentos preenchendo o local onde me concentro para ouvir, fazendo tudo ao meu redor parecer flutuar, ficar leve como se estivessem em gravidade zero, sinto-me leve, mas não chego a flutuar como os objetos, eu sinto-me com o pé no chão, porem leve, enquanto os objetos flutuam, tudo no mundo exterior, “real” parece desaparecer nos minutos em que a musica sucede, a mágica propaga com seu som denso e profundo me transportando do meu quarto para um local onde nada mais existe alem de mim, as boas lembranças, o meu computador, a caixa de som e a musica de Bach, é como se o som criassem um campo de força invisível bloqueando qualquer interferência negativa do exterior, me deixando em um estado de paz, harmonia e reflexão comigo mesmo parecendo ter me transportado para outro local. Sinto-me assim principalmente quando eu ouço; adágio de J.S Bach. A musica erudita é tão rica, tão sublime que não tem como descrever exatamente o bem que ela faz quando paramos para ouvir. Mas digo por mim que, ouvir somente com um dos nossos sentidos que é a audição, talvez não tenha tanto efeito se não tentar captar em conjunto com o coração.

Tente tal experiência, coloque um concerto de sua preferência ou então peque a de Bach que citei acima, coloque em uma altura considerável feche os olhos e deixe a musica envolver você. Não é questão de querer ser culto, ou dizer que é mais interessante ou intelectual e etc. Só porque se ouve musica clássica, mas é primeiramente questão de gosto obviamente e o bem que ela faz se ouvida com o coração e etc. Aqui expresso uma experiência minha com a musica clássica não tão bem fundamentada e elaborada como meus outros escritos anteriores também não são, mas eis que o amadurecimento vem com o tempo e com a pratica.

Eu quis tentar expressar da melhor forma possível a minha experiência com a musica clássica e com isso dizer que a principio pode ser forçado, chato ou nada a ver com a sua personalidade, realidade... Mas se policie a fazer coisas que realmente te tragam prazer elevados e ricos em bons exemplos e que ajude a refletir. Não é interferir no gosto alheio que pretendo nem mudar o mundo nem estou dizendo para ouvirem exclusivamente musica clássica ou outra coisa qualquer nem estou aqui dando ordens ou direções a seguirem, mas para prestar mais atenção nas coisas que tem como valor, e que dizem ser valioso para si, existe tanta gente hoje em dia dando mais valor aos objetos materiais a o que o homem tem (posses em todos os sentidos), e os valores da alma (caráter moral, inteligência, educação...) se perdem cada vez mais. Procuramos justificar nossa vida com coisas pobres de espírito e damos valor a valores falsos e ilusórios, que desvirtua o ser do que de fato o fará bem, buscamos a felicidade em coisas paliativas e que o efeito destrutivo será a longo prazo, exaltamos valores capciosos de uma forma tão inexorável (por estarmos talvez iludidos ou se deixando iludir), achamos estar fazendo as coisas corretas e que estamos vivendo a vida, que estamos aproveitando a vida e quando vamos nos dar conta de que certas escolhas, atos e caminhos só nos afastou da felicidade que no fundo no fundo todos nós procuramos; acabamos nos mau dizendo, ficamos de mau com a vida e com o mundo. É claro que para cada um a felicidade tem o seu perfil, cor, tamanho e etc. ”Aparentemente todos os caminhos são diferentes, mas vão dar no mesmo lugar”. Não aprendemos com os nossos erros, não queremos admitir os nossos erros, e existem erros que temos total capacidade de evitar e que não são novidade para nós e que já foi superado pela humanidade e nenhum homem tem a necessidade de cometer tais erros para aprender, porque os exemplos estão por ai para quem quer ver ou não, para nos ensinar de forma direta ou indireta para refletirmos... Mas, no entanto muitos de nós optamos por erros tão banais e justificamos tais erros com um clichê: “errar é humano”.
Enfim, quanto maior a extensão menor a compreensão, talvez eu tenha me estendido mais do que previsto e espero não estar me contradizendo em alguns trechos, mas acredito que a intenção foi captada e espero que tenha sido. Bom! Reflitam mais sobre os valores mundanos que tens como extremamente valioso, importante, propagador de alegrias e bem estar... reflita, compare, questione, coloque em prova... e veja se são mesmo tudo o que você classifica ser e se estão realmente te encaminhando para a tão sonhada felicidade e realização que todos nós buscamos. Se é o que realmente quer e etc. Enfim, reflitam sem esconder sem se esconder e sem camuflar nada!

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